quarta-feira, 8 de julho de 2009

Paraty

g1.globo.com: "Talese impressionou pela elegância dos ternos bem-cortados (seu pai, aliás, era alfaiate) nos dias em Paraty. Já Richards Dawkins, o nome mais conhecido do ateísmo, vestiu uma camisa azul com desenhos de palmeiras brancas para se apresentar ao público e mostrou que, sem Deus, a escolha de roupas não é guiada pela luz."
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Richards Dawkins, autor de Deus, um delírio
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Gay Talese e a elegância do chapéu quase engomado

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Reis nunca morrem

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Ninguém duvida que o assunto das próximas semanas será a morte de Michael Jackson. Os principais jornais do mundo estampam o fim da linha para o gênio musical. Com uma vida conturbada, o cantor entrou para a história como o maior talento artístico pop. Colecionando altos e baixos, o astro conseguiu a proeza de se endividar, foi envolvido em polêmicas de pedofilia e passou por metamorfoses que nortearam e marcaram grande parte da sua carreira.
O principal motivo da morte, segundo o médico particular do cantor, seria uma parada cardíaca após excesso de medicação para lesões em uma vértebra e uma perna, resultado de uma queda no palco durante os ensaios para uma turnê de 50 shows em Londres, que começaria em julho. Os ingressos já esgotados atestam que mesmo depois de tantos anos longe dos palcos, Michael ainda era um fenômeno.
Da mesma forma como a sua morte, muitas das transformações da estrela foram sempre justificadas por quedas em ensaios. Assim aconteceu com o início das operações no nariz, justificado, é claro, por um acidente no palco. Há quem diga que as cirurgias aconteceram para que o cantor alcançasse melhores notas. Até hoje, tantas mudanças são perguntas sem respostas.
E esses são só alguns dos mistérios intermináveis que envolveram o ídolo. No final de dezembro do ano passado, jornais britânicos e alguns sites como Terra e UOL, no Brasil, divulgaram o que seria uma descoberta do então biógrafo Ian Halperin (ex-jornalista da Rolling Stone). Jackson estaria com enfisema pulmonar, insuficiência respiratória, perda quase total da visão do olho esquerdo e dificuldade na fala. “Faz anos que os médicos tentam acompanhá-lo, mas não há progresso. A medicação só tem como função fazer com que ele não piore”, completou o biógrafo ao jornal The Sun, em 2008.
Sobre a morte, Caetano Veloso escreveu: “Os talentos artísticos extraordinários frequentemente coincidem com vidas torturadas e enigmáticas. Dançando 'Billie Jean' na festa da Motown, ele foi, sim, tão grande quando Fred Astaire: comentava o Travolta de 'Saturday night fever' e o Bob Fosse do 'Pequeno Príncipe' ”.
A revolução do pop
O caçula do grupo Jackson 5 nunca será esquecido pelo que fez no auge de sua carreira. Os álbuns Off the wall (1979); Thriller (1982), o mais vendido na história com 100 milhões de cópias; e Bad (1987), que rendeu um vídeo dirigido por ninguém menos que Martins Scorsese, dominaram o mundo com canções como Thriller (e seu genial balé de mortos-vivos), Beat it, Billie Jean e Human nature. Foram 750 milhões de discos vendidos. Um marco na indústria fonográfica. Foram 25 Grammys, 19 em carreira solo e seis com The Jacksons (como Jackson 5 passou a se chamar após um imbróglio na Justiça).
The girl is mine, Say say say, Black or White e We are the World foram um marco. Este último, o próprio Michael escreveu em apenas um único dia e arrecadou 200 milhões de dólares para a luta contra a fome na Etiópia. Também não dá para esquecer o famoso passo moonwalk (andando na lua), em que o astro arrastava os pés para trás.
As acusações
A trajetória do cantor ganhou contornos de thriller quando surgiram acusações de abusos sexuais envolvendo crianças. Os problemas começaram em 1993. Um ano depois, ele pagou alguns milhões aos pais do garoto para que o caso parasse por ali. Em 2003, num documentário exibido pela Tv britânica, Michael declarou sobre as crianças: “Já dormi na mesma cama que muitas delas, como o ator Macaulay Culkin e seu irmão Kirean. Quando a gente fala em cama, as pessoas pensam em sexo. Mas não é nada disso, apenas dormimos. Coloquei-os na cama e os cobri. É muito agradável”.
No final do mesmo ano, ocorreu o mais sério dos incidentes: ele recebeu dez acusações relacionadas ao abuso de um adolescente de 13 anos e ainda de conspiração com fins extorsivos, sequestro de menor e fornecimento de agente tóxico com a finalidade de cometer delito. A polícia vasculhou o rancho Neverland durante 14 horas e nada foi encontrado. Ele foi inocentado. Entre as testemunhas de defesa, estava Macaulay que, ao contrário da versão de um ex-funcionário de Michael, negou ter sofrido abuso. Após o caso, o cantor afirmou que sairia de lá: “Nunca mais vou morar lá. É uma casa agora. Não é mais um lar. Vou apenas visitá-la”. Mais tarde, por problemas financeiros, acabou vendendo o local.
As dívidas
A decadência moral foi acompanhada do fiasco financeiro e de outras pequenas loucuras. O astro vendeu parte dos direitos da obra dos Beatles e também o seu rancho Neverland, inspirado em Peter Pan, na Califórnia, com mais de 1.300 hectares e que contava com parque de diversões e até zoológico particular.
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Trabalho que fiz para o Jornal Mural da empresa

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Temporariamente de volta

Oiiiiiii Saudade do blog, dos textos, das pessoas que me xingam..de tudoooooo!!!! Voltei só para dizer que está tudo bem.
O Rio é lindo e meu namorado também, logo, está tudo em paz!!!
Separei aqui alguns trabalhos que tenho feito, além, é claro, de escrever um monte.
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Essa aqui embaixo é a Agenda Cultural. Separei para vocês verem a divulgação da mostra do Truffaut. Além do Rio ser lindo e o meu namorado também, tem sempre alguma coisa muito boa para fazer!!!F
Esse foi para o Jornal Mural da empresa. A foto é da estagiária de jornalismo, Maria Cândida Padilha. S-u-p-e-r-a-m-i-g-a. Somos só 3 na comunicação.
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Separei aqui uns textos do jornal/revista que escrevo. Detalhe para as fotos desse primeiro texto: Marco Aurélio, empresário, e a Ana, que mora comigo.

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Jornal anterior. Diagramação by Carine Ocko
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Parte da minha primeira matéria de capa em conjunto com a Cândida
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Ah, esse feito, infelizmente, não é meu. Mas aproveitando que estou colocando imagens, esses dias estava vendo Lugar Incomum, do Multishow, e a Erika Mader entrevistou o fotógrafo Peter Funch. Tem o site dele no Google. As primeiras 29 fotos são de NY. Uma delas é essa aqui embaixo. Não vou contar o história porque é muito grande, mas resumindo: similaridades.
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Sim, estou viva, é verdade!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mataram Irmã Dorothy, e aí?

Filmoteca

Mataram Irmã Dorothy. O título é pobre e ultrapassado, sem impacto nem novidade, características que não se restringem apenas ao nome do documentário. Recém-lançado (2008) e dirigido pelo norte-americano Daniel Junge, esse é um dos filmes que fazem parte do Festival de Cinema do Rio de Janeiro que começou, nesta semana, com as cabines de imprensa. Quem sabe poderia ter sido um longa até razoável, mesmo improdutível, se estivéssemos em 2006, no auge do processo.
No início, imagens da Amazônia apresentadas junto a um texto narrado pelo ator Wagner Moura com um ar imponente de credibilidade inabalável. Na seqüência do clichê que coloca o Pará como a terra sem lei, ainda temos que compartilhar da idéia de devastação avassaladora e aterrorizante da floresta em dados que até eu me sinto queimada.
Os primeiros indícios apontavam para a elevação da imagem de forasteiros colonizadores representados pela Irmã Dorothy Mae Stang, tida como o Anjo da Amazônia, que teria colaborado com a implementação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), motivo de discussões e desaprovado pela grande maioria dos agricultores locais que até hoje procuram um meio de subsistência na famosa e conturbada Terra do Meio.
É, então, que a história muda. Aparecem moradores de Anapu criticando a forma com que a missionária impunha suas idéias em defesa de um pequeno grupo que aparece ao longo do documentário chorando a perda de Stang.
Indiciada, em 2004, por colaborar indiretamente com trabalhadores rurais envolvidos na morte do segurança de um fazendeiro da região, como o próprio Delegado da Polícia Federal Ualame Machado Filho confirmou nervoso diante do júri e humilhado ante a defesa, é dispensável dizer que o lado contra a conterrânea do diretor é bem mais limitado e superficial do que deveria.
Indiscutivelmente, Dorothy (e os produtores) tinha um álibi essencial a seu favor e do PDS: o agora ex-procurador-chefe do Pará, Felício Pontes Jr, o mocinho da trama, que apesar do, pelo menos, aparente esforço com reuniões e viagens, não conseguiu melhorias na região por falta de apoio federal.
Ainda no núcleo bom da história, aparecem os promotores Sávio Brabo e Edson Cardoso, com atuações pífias, de chorar, perdidos junto aos aliados nos emaranhados de papéis da ação bem em frente ao juiz.
Assim como a acusação (que de tão ruim era quase uma defesa), os vilões, representados pelos réus e advogados criminais Eduardo Imbiriba e o centenário Américo Leal, aparecem mais na terceira e última parte do filme.
Sem surpresas, o documentário mostra os julgamentos, as prisões, a intromissão ilegal e clandestina do FBI desrespeitando a soberania nacional e as solturas dos dois fazendeiros acusados de serem os mandantes do crime.
A falta de dados novos e a mera reprodução dos fatos são os maiores problemas. Gera uma sensação de indiferença, sem falar que, para quem não conhece o caso, deve ser um confuso entra e sai de pessoas tratando, em cortes, de um assunto que não é dos mais simples.
Na verdade, acho que a idéia do longa era uma e foi mudando ao longo do processo quando perceberam que “o buraco era mais embaixo”. Não apenas a luta de uma missionária mártir sozinha que renegou tudo para ajudar os outros, mas um complexo sistema fundiário difícil de ser entendido, mais até por quem vem de fora. Assim, dizem que tudo que não serve para nada pode servir para qualquer coisa. Neste caso, o filme soa como mero arquivo de prateleira empoeirada.


*Texto pro tio Ronaldo Pai que ontem cobrou atualização do blog e pra minha mãe, minha leitora mais assídua.